segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sim, eu cometi um crime

Matei. E ainda por cima um membro da minha família. Não me orgulho do que fiz, mas acho que se necessário faria tudo de novo.

Sexta-feira. Feriadão. As ruas estão desertas e chove torrencialmente. Uma ligação interrompe o meu repouso matinal: eu precisava ir até lá. Levantei, tomei meu banho gelado, como de costume. Escolhi o traje certo para a ocasião, peguei meu carro e fui.

Qdo cheguei até o local as pessoas perambulavam nervosas e inquietas. Fui conduzida até uma sala onde todos teclavam os seus laptops freneticamente, mtas vezes anunciando as cenas chocantes que pipocavam em suas telas: a Ivete Sangalo cortou a franja! O vestido da Wanessa Camargo é lindo! Olha como a Letícia Birkheuer parece com a Matilde nessa foto!

Eu logo percebi que não teria jeito. Abri o meu próprio laptop e comecei o trabalho. Fazia tempo que eu não via o Facehunter, e me dediquei à missão de analisar o site de street style com profundidade, inclusive fazendo cara de que eu tava fazendo alguma coisa. Fiquei lá no Facehunter, depois fui pro gmail, e finalmente até me arrisquei a postar alguma coisinha por aqui (podem conferir). Exausta, fui à procura daquele que havia me contratado para tal serviço, querendo saber afinal qual era o serviço mesmo. Ele me sussurrou algumas palavras, das quais eu apenas entendi "cliente", "ligue" e "marque". Confusa, eu catei o meu laptop e disse que ia almoçar, mas no fundo já sabia que meus pés ali não pisariam novamente.

Liguei pra Erica e olha só, que alegria: ela estava assando um bolo. Fui até seu apartamento para prestigiar seus dotes culinários (detalhe: o bolo murchou, mas não foi culpa da Erica, foram das instruções na caixa). Enquanto assistíamos a sétima temporada do Seinfeld (a melhor, por sinal) o meu contratante me liga para saber o que se passava. Então eu tive a idéia: matar alguém da minha família lá no sul, bem longe, ali, naquele momento, a sangue frio. E foi o que fiz. Matei, assim me livrando de duas semanas de um trabalho que eu nem sabia direito qual era, mas que eu tinha certeza de que estava sendo mal pago mesmo que fosse só pra fingir que eu estava fazendo alguma coisa. E continuei assistindo Seinfeld e comendo goiabinha, porque bolo, que é bom, nada.

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