quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Maus Hábitos


Parece que eu só escrevo aqui depois que assisto algum filme, né? Agora acabei de ver o mexicano "Maus Hábitos", que conta a história de duas pessoas que se recusam a comer: uma mulher que vive querendo que a filhinha tb seja magra como ela e uma freira atormentada pelo sofrimento do mundo. Ao ver aquela recusa toda por um dos grandes prazeres desta vida e ouvir as histórias de acsetismo contadas no convento, comecei pensar no principal motivo que me faz ter medo de entrar para qualquer religião.

Ultimamente eu andava freqüentando um centro espírita e lendo "O Evangelho de acordo com o espiritismo" antes de dormir. Gosto de mtas coisas que estão escritas ali, mas o que não me cai mto bem é o fato de que dizem que o planeta em que vivemos não é um local de divertimento, mas sim de provas e expiações. Se tivermos mtos prazeres por aqui, após morrermos não conquistaremos mta coisa, já que o nosso pagamento foi recebido em solos terrenos.

Eu me recuso a aceitar que não fomos postos neste mundo para no divertirmos e aproveitarmos o que nos foi oferecido. Para mim o único propósito da existência de qq coisa é a alegria, a beleza. Ou algo que acabe nos levando até elas (inclusive o sofrimento, a tristeza, a feiúra). E eu realmente acho que se a gente exagerar mto nos prazeres acaba não conseguindo encontrar a felicidade, mas pra gente descobrir isso mtas vezes temos que exagerar. Já dizia William Blake: "The road of excess leads to the palace of wisdom" (a estrada do excesso nos leva ao palácio da sabedoria).

Toda vez que eu começo a entrar nesse lance de religião sinto que estou me desviando do MEU caminho. A gente aprende as coisas naturalmente, percebendo o que dá e o que não dá certo. e pra isso mtas vezes precisamos ERRAR. Eu detesto esse conceito de pecado, de culpa. Cada um tem seu jeito de aprender, e é claro que, por exemplo, não é certo prejudicar os outros, mas se fizermos tal coisa a vida vai nos mostrar que não é por aí. E qto ao prejudicado, terá sua chance para aprender a perdoar ou ver o que ele mesmo já pode ter causado a outras pessoas.

Não é que eu não tenha fé. Eu tenho. Acho que existe ordem e justica nesse mundo, essa é a minha fé. Existe sentido nisso tudo. Existem limites, existem leis que nos levam ao caminho da felicidade. Mas não acho que seja tão simples qto as religiões nos querem fazer acreditar.

Eu amo a vida, amo o mundo, e quero aproveitar tudo o que os meus sentidos têm pra me oferecer dentro de limites que não prejudiquem nem a mim nem as outros. Sou grata por estar aqui, e creio que vivemos em um lugar cheio de oportunidades para sermos felizes. E quem não aproveitar não é santo: é burro.

1 comentário:

MariEdy disse...

Se você lê o "Evangelho segundo o Espiritismo" (eu não poderia falar sobre isso, pois sou católica, mas já andei por esse jardim) vai ver que há um capítulo em que os espíritos dizem que é lícito divertir-se, mas sempre com moderação. Que há momentos de diversão e momentos de se dedicar a Deus. Paulo de Tarso diz (mais ou menos) que ele pode experimentar de tudo, mas nem tudo lhe faz bem.
Vá com calma. Até Jesus fez água virar vinho para uma festa. Mas não é para se afundar no tonel, né?