sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Artigo de luxo

Olhem só meu pai que fofo: durante todo esse tempo que eu passei fora ele recortava artigos de jornal que me interessariam e os mandava para mim. Gostei de ler absolutamente todos, e guardei uns noventa por cento deles. Quando cheguei tinha mais um monte me esperando em cima da mesa, e só nesses últimos dias é que eu tive a tranqüilidade necessária para lê-los. Um prazer que degusto até agora.

Um deles fala da morte do cineasta Antonioni, cujos filmes tratavam principalmente “da aridez das relações, da brutalidade da vida moderna e da mediocridade do destino humano”. Isso de acordo com a matéria, porque eu mesma só vi um filme dele, o Blow Up, que na verdade nem gostei tanto mas digamos que naquele momento eu estava um tanto mal-humorada, por isso quero vê-lo novamente. Aliás, esse filme é que me fez gostar de jazz. Tem uma trilha maravilhosa feita pelo Herbie Hancock (alias, crianças, prestem atenção nessa coleção de jazz da Folha, o CD do Herbie é imperdível) que eu ganhei de presente de um namorado mutcho doido e que só pelo fato de ter me dado esse CD já valeu a pena.

Mas então… queria falar da temática do Antonioni (aliás, como são lindos esses nomes e sobrenomes italianos… eu já gostei do meu namorado mesmo antes de conhecê-lo, assim que ouvi ele se anunciar na caixa de mensagens– ele se chama Paul Giallorenzo – pronunicia-se Djiloreeeeeeendzo). Pois é, eu prometo que agora vou direto ao assunto, sem abrir mais parênteses. No fim do artigo o cara fala que “ninguém como ele flagrou essa contemporânea contradição – num tempo que faz, como nunca, a apologia do individualismo, é o próprio indivíduo que desaparece.”

Nós sem os outros somos ninguém.

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