sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Descoberta

A cura para insônia: trabalhar numa tradução para um manual de Vibro-Fluidizador. É sono na certa. Eu sei que são apenas 1 e 20 da manhã, está cedo, mas agora tenho que ir dormir. Boa-noite.

Enigma


Patricia Fields, uma das figurinistas mais famosas do momento, conhecida por ser responsável pelos looks do Sex and the City.

EU-NÃO-EN-TEN-DO. Ponto.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A negação da idade

Minha mãe acabou de ir numa palestra da Rosely Sayão e nós almoçamos juntas para ela me contar tudo. Não vou falar mto pq preciso ir dar uma corridinha antes que a luz se vá embora, mas quero dividir com vcs algo que ela disse e que faz mto sentido: há falta de adultos hoje em dia. O problema da falta de respeito à autoridade é porque os mais velhos não estão se dando ao respeito. Ninguém mais quer crescer. Todo mundo é teen.

Estou doida pra ler um livro que se chama "The Denial of Aging", e gostaria de saber quais as causas deste fenômeno. Acho que devem ser muitas, e uma delas deve ser a tecnologia, que torna as pessoas mais mimadas. Qdo as coisas ficam fáceis demais ninguém cresce. Anyway, vou ler o livro e depois conto tudo.

E me deu, assim, uma vontade de crescer... Eu, que estava com tanto medo dos meus 30, por um momento me senti feliz por ter trocado de fase. Há mais ou menos um ano eu comecei as sentir certas mudanças físicas. Agora acho que finalmente estou vivendo as psicológicas.

Não tem como negar: a idade faz diferença. Ainda bem. Que venham as rugas!

O que é arte?


My bed, de Tracey Emin

Um post que a Carol colou no fotolog dela me fez pensar na tal pergunta. Basicamente o post não tenta definir arte, mas sustenta que toda arte depende de um fazer. Eu fui lá e, do contra que sou, comentei que a arte é tb um estar. Não sei mto bem pq disse isso, talvez apenas pq eu seja do contra mesmo. Mas valeu a discussão, porque me pôs pra pensar. E pensar creio ser a base de toda a arte. Talvez até um pensar intutivo, abstrato, mas ainda assim um pensar. A arte acho que é resultado de uma idéia que temos em relação ao que sentimos, ao que vivemos. Uma elaboração. Tanto é que tem gente que chama "obrar" o ato de cagar. Fazer uma obra. Pegar todos aqueles elementos que adentram o seu corpo e fazer algo daquilo. Isso é arte. Uma bela cagada. Mas o que eu acho que tentava dizer pra Carol é que o fazer na arte é uma conseqüencia do estar. Não mal comparando, mas vc não decide que vai cagar, vai lá e caga. Cagar vem naturalmente, uma conseqüência do que vc elaborou. Antes do fazer vem o estar. Estar aberto, estar livre, estar pensante, estar presente. Quando se põe o fazer antes do estar não se tem arte. Se tem qq coisa, menos arte. Considero arte como a expressão genuína de um ponto de vista, como produto de um pensamento ORIGINAL. Coisa que, infelizmente, não se vê mto por aí...

Por isso escolhi essa obra da Tracey Emin para ilustrar este post. Obra que eu considero, sim, arte. Eu e provavelmente o cara que pagou 150 mil libras por ela.

Pra se FAZER arte é preciso antes SER artista.

O artista é um buscador da verdade, e desperta essa mesma disposição em quem está a sua volta, mesmo que seja apenas por meio de sua obra.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Prazeres culposos

Agora estava aqui almoçando na frente da TV assistindo os "101 maiores prazeres culposos" , na E! (onde mais?). Então resolvi fazer uma listinha:

1. Perder tempo assistindo os programas inúteis da E!;
2. Comer na frente da TV;
3. Brazil's Next Top Model;
4. Revistas de fofoca;
5. Milk shake de Ovomaltine do Bob's;
6. Coca light e guaraná zero (eu acho que faz mal pra saúde e as latinhas poluem o meio ambiente à toa, pq ali não tem nutrição nenhuma);
7. Ficar procurando informações sobre alguma semi-celebridade obscura na Internet (mas que por alguma razão despertou a minha curiosidade);
8. Comprar roupas e sapatos (eu simplesmente não tenho mais espaço NENHUM pra nada, inclusive tem uma caixa do tamanho de uma geladeira cheia de roupas que chegou dos EUA no meio da minha sala e eu não faço a mínima idéia de onde vou socar);
9. Escutar Green Day enquanto eu corro;
10. Ficar batendo papo furado no celular (quando quem fez a ligação fui eu);
11. Fazer fofoca.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Promessa é divida

Há alguns posts abaixo eu estava dizendo que se tomasse um chifre ia cobrar multa, porque terminar talvez seja uma reação forte demais. O que me incomodaria seria um caso, não uma chifrada avulsa e sem mto significado. Daí a Dani comentou que tentaria propor um relacionamento aberto ao invés de ter que pagar multa. E eu disse que esse era assunto pra outro post, que aqui está.

Primeiros vamos à definição: o que seria um relacionamento aberto?

Caso 1: Os dois podem ter outros relacionamentos.

Isso daí é complicado, porque com a correria em que vivemos atualmente já não dá pra dar conta nem de um. Imagine ter várias sogras pra agradar, várias festas de final de ano pra ir e vários presentes de Dia dos Namorados pra comprar? Namorar/casar exige exclusividade. Ainda mais quando se tem filhos.

Isso só seria possível se vivessemos em outro tipo de organização social, como a dos índios, em que a propriedade privada é praticamente inexistente. Eles não possuem nada nem ninguém, e nós não sabemos viver sem possuir. Por isso é difícil que esse tipo de arranjo dê certo.

Caso 2: Os dois podem esporadicamente dar uma "variada".

Acho que essa é a definição mais comum do que é um casamento aberto. Exige um certo desprendimento de ambas as partes que eu não acho ser mto fácil de acontecer. Tem que ser mto seguro de si e do próprio relacionamento para que tal acerto não se transforme em uma guerra. E se está todo mundo tão seguro e tudo está tão bom, será que o desejo de variar pode florescer? Só posso falar de mim: não. Todas as vezes em que essa vontade apareceu foram por dois motivos: porque eu encontrei alguém bem melhor ou porque já não estava mais satisfeita com o que tinha. Na verdade esses dois motivos sempre vieram juntos, e eu não sei se é coincidência.

Já li várias vezes que as mulheres são bem diferentes dos homens nesse quesito. Que pra gente desejar alguém é preciso ter algum tipo de envolvimento emocional. Já pra eles desejarem alguém só é necessário que a outra pessoa tenha certas características anatômicas bem básicas, e vcs sabem qual é. Então acho que o relacionamento aberto é difícil exatamente por isso: homens e mulheres desejam por motivos bem diferentes. As mulheres terão mto mais possibilidade de sair em desvantagem, porque 1 - não vão aproveitar tanto a "variada" e 2. vão ficar morrendo de ciúmes, porque pra elas o desejo está atrelado ao amor. A única maneira da mulher tirar vantagem de um relacionamento aberto é se ela não está mais nem aí pro namorado, marido etc.

Acho que há grande probabilidade de um relacionamento aberto funcionar em um relacionamento gay masculino. Não no feminino, porque daí é encanação em dobro.

Soluções:

- Para os dois: flerte. Não machuca ninguém e dá aquela sensaçãozinha de frio no estômago que a gente tanto sente falta.
- Para ele: Internet. Dá pra dar uma bela variada virtual, sem maiores estragos (de preferência lembre-se de apagar o histórico).

E sabe tb quando talvez seja uma boa propor uma relação aberta? Qdo os dois já são mais amigos do que amantes e nem rola mais nada mas os dois curtem apenas a companhia um do outro (geralmente acontece qdo os dois estão casados há milênios).

Resumindo: eu mesma nunca estive em uma situação em que um relacionamento aberto fosse possível. Sempre que me interessei por outro é porque a coisa já tinha acabado. E se acabou, pra que continuar?

E aí Dani, concorda?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Bom sofrimento pra vcs!

Agora estava lendo a Trip deste mês, que aliás está imperdível. A Trip mesmo, não a Tpm. Outro "aliás": a Trip é tããão melhor que a Tpm... Tinha até me esquecido, pois depois que lançaram a versão feminina eu desencanei da outra. A proposta da Tpm é bem legal, uma revista feita para mulheres mais modernas e não tão fúteis, mas a verdade é que a publicação ainda peca por excesso de superficialidade. O pior é que eu ainda nem curto mto a parte de moda. Nesse quesito prefiro a Marie Claire.

Então, o tema desta edição da Trip é sustentabilidade. Eu li e fiquei levemente deprimida e abalada. Embora a gente já saiba que do jeito que está não vai dar pra continuar MESMO, nossas atividades cotidianas, como quase sempre, acabam nos afastando do que é de real importância.

Mas eu não quero falar de ecologia agora. Quero falar de sofrimento. Uma das matéria é dedicada a uma tribo indígena cujos homens tratam de aumentar seu pênis por meio de picadas (ou seriam picaduras?) de uma certa formiga. Disse que dá uma dor danada e que desde cedo os meninos já fazem o tal procedimento. Sempre que eu ouvia sobre rituais de iniciação doloridos eu ficava morrendo de dó e me perguntava pra quê. Talvez eu tenha achado a resposta.

Ao comprar a Trip tb comprei uma série de DVDs chamada "Filosofia para o dia-a-dia", lançada pela Vida Simples e apresentada pelo Alain de Botton, que eu adoro. Ele é tipo um Professor Pasquale da filosofia, trazendo o assunto para esferas mais práticas da vida e popularizando o tema. Um dos capítulos é sobre Nietzche e o sofrimento. Nele o pensador diz ser essa emoção necessária para qualquer atividade de maior significância. Era dele a frase: "o que não me mata me torna mais forte". Nietzche condenava tanto a igreja como o álcool por tentarem eliminar tão necessário e produtivo sentimento. Ele mesmo sofreu pra cacete, coitado.

Como já dizia Pessoa: quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Em boa companhia

Duas da madrugada. De novo. Parece que isso sempre acontece qdo eu quero dormir cedo. Só que ficar rolando na cama me mata de tédio, então eu prefiro ler. O que no momento atual é até bem-vindo, já que eu andava numa fase mto inculta.

Acabei de acabar (!) de ler o Raízes do Brasil, livro do Sérgio Buarque de Hollanda, que pra quem não sabe é/era pai do Chico (Buarque, não Bento). Qdo eu voltei pra cá fiquei tão perplexa que eu tive um profundo desejo de entender o porquê dessa zona. Daí meu pai me receitou essa belezinha.

Vou falar bem por cima, tá? Basicamente (mto basicamente mesmo) ele diz que o problema do Brasil é que ainda não nos livramos por completo do nosso passado rural, centrado na família patriarcal. A cidade chegou aqui tardiamente, e mais por vergonha de tanto atraso do que pela vontade do povo. Então aqui fica tudo entre amigos, sabe como é? Tudo mto pessoal. Tudo mto cordial (vindo do coração, tanto para amar qto para odiar). Ele opõe a cordialidade à polidez (que é uma forma agradável de manter as distâncias). E diz que o governo é só um reflexo desta cultura de personalização. Em uma carta sua anexada no final do livro, ele prevê que o homem cordial esteja em vias de extinção.

Chega de ser caipira! Eu não vejo a hora...

Gente, não pensem que eu voltei metida dos EUA. Voltei indignada mesmo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Multa

Acabei de falar com o Paul e ele me contou que um casal de amigos nossos terminou. O cara tá ficando lá na casa dele, inclusive. Com cachorro e tudo. Motivo da separação: ela leu os emails do (ex) namorado e descobriu que ele tinha saído com outra. A menina surtou e pôs o cara pra fora de casa (eles não eram casados e o apê é dela). Eu fiquei chateada por ela pq é uma pessoa de quem gosto mto. E comecei a pensar no que faria se fosse comigo. Não acho que terminaria tudo se: 1. eu ainda fosse mto afim do cara, 2. eu achasse que ele era mais ainda afim de mim e apenas deu uma rápida "variada", 3. ele não estivesse de caso com a pessoa, que isso é outra história.

Lógico que eu não ia ficar NADA feliz, mas quem é que não faz cagadas nessa vida? Agora, a cagada maior de todas, cá entre nós, é deixar eu descobrir. Pra que me castigar sendo que a culpa não é minha? O cara que lide com a sua consciência e deixe a minha em paz.

Mas então, o cara chifrou, vc descobriu e aí? Passar impune tb não dá. Primeiro eu pensei em exigir do cara o direito de dar uma chifrada nele tb. Mas o problema é que eu vou ter que sair caçando e a probabilidade de eu encontrar uma pessoa que me agrade é mínima. Ia ser castigo pra mim tb. Daí tive uma idéia tão brilhante que eu tenho que dividir com vcs: chifrou, pagou. Tipo uns 300 dólares, que tal? O suficiente pra comprar uma bolsa de couro bem legal ou uns dois pares de sapato. E dinheiro vivo, ali, na hora, que é pra eu sair às compras imediatamente. Ou será que ele prefere ficar ouvindo sermão? I don't think so... Assim sai todo mundo ganhando, olha que maravilha!

Ah, e se ele pagar uma taxa extra de 100 dólares eu nunca mais falo no assunto.

Quase 2 e meia da madrugada...

... e eu aqui sem conseguir dormir. Estava lendo um livro até que ótimo, mas chega uma hora em que enche o saco e a única coisa que vc quer é que o sono chegue, não importando o quão maravilhoso foi o seu dia.

Às vezes penso que morrer é como dormir. Inclusive pode-se daí tirar a conclusão de que acordamos depois tb, não? Uma vida cheia de pequenos soninhos, daí caímos num sonão para depois acoradarmos para outra vida cheia de soninhos. O único problema é que se a vida como vivemos serve como modelo, então numa hora a coisa acaba. O sono final. Apesar de que se a vida como vivemos serve de modelo e na verdade não morremos, apenas trocamos de realidade, então não tem fim não. O que por um lado me alivia e por outro me assusta.

Que bosta seria se a gente não morresse nunca. Acho que em certo ponto da vida as pessoas ficam que nem eu estou agora: cansadas de estarem de pé. Não porque estejam tristes, doentes ou desiludidas do mundo: é cansaço mesmo, simples bode de viver nesse mundo de céu azul, de sol laranja e de gente com dois olhos, um nariz e uma boca.

Agora deixa eu desligar esse computador (e a mim mesma, com sorte).

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Um dia perfeito para ficar na Internet



Vista da janela do meu quarto lá pelo meio-dia. Sem photoshop.

Sim, eu cometi um crime

Matei. E ainda por cima um membro da minha família. Não me orgulho do que fiz, mas acho que se necessário faria tudo de novo.

Sexta-feira. Feriadão. As ruas estão desertas e chove torrencialmente. Uma ligação interrompe o meu repouso matinal: eu precisava ir até lá. Levantei, tomei meu banho gelado, como de costume. Escolhi o traje certo para a ocasião, peguei meu carro e fui.

Qdo cheguei até o local as pessoas perambulavam nervosas e inquietas. Fui conduzida até uma sala onde todos teclavam os seus laptops freneticamente, mtas vezes anunciando as cenas chocantes que pipocavam em suas telas: a Ivete Sangalo cortou a franja! O vestido da Wanessa Camargo é lindo! Olha como a Letícia Birkheuer parece com a Matilde nessa foto!

Eu logo percebi que não teria jeito. Abri o meu próprio laptop e comecei o trabalho. Fazia tempo que eu não via o Facehunter, e me dediquei à missão de analisar o site de street style com profundidade, inclusive fazendo cara de que eu tava fazendo alguma coisa. Fiquei lá no Facehunter, depois fui pro gmail, e finalmente até me arrisquei a postar alguma coisinha por aqui (podem conferir). Exausta, fui à procura daquele que havia me contratado para tal serviço, querendo saber afinal qual era o serviço mesmo. Ele me sussurrou algumas palavras, das quais eu apenas entendi "cliente", "ligue" e "marque". Confusa, eu catei o meu laptop e disse que ia almoçar, mas no fundo já sabia que meus pés ali não pisariam novamente.

Liguei pra Erica e olha só, que alegria: ela estava assando um bolo. Fui até seu apartamento para prestigiar seus dotes culinários (detalhe: o bolo murchou, mas não foi culpa da Erica, foram das instruções na caixa). Enquanto assistíamos a sétima temporada do Seinfeld (a melhor, por sinal) o meu contratante me liga para saber o que se passava. Então eu tive a idéia: matar alguém da minha família lá no sul, bem longe, ali, naquele momento, a sangue frio. E foi o que fiz. Matei, assim me livrando de duas semanas de um trabalho que eu nem sabia direito qual era, mas que eu tinha certeza de que estava sendo mal pago mesmo que fosse só pra fingir que eu estava fazendo alguma coisa. E continuei assistindo Seinfeld e comendo goiabinha, porque bolo, que é bom, nada.

Meu lugar preferido

Eu amo os EUA de paixão. Por vários motivos. Gosto do modo como eles sistematizam tudo, como há uma cultura de simplificação e facilitação, ao invés de uma cultura de embromação e churumelização, que é o que temos por aqui. Tb gosto do modo como eles são super educados e fofos mas nada invasivos, gosto do modo como eles valorizam serviço de pobre (vai fazer a unha lá pra vc ver...) e gosto como as coisas parecem ter um preço muuuuito mais justo do que por aqui (com exceção dos serviços de pobre acima citados, mas pensando bem isso é preço mais justo, não?). A faxineira que trabalhava lá na casa da Peggy ganhava 100 dólares pra limpar das sete da manhã ao meio dia e dirigia um carrão de dar inveja a qq classe média metida a sebo daqui. Parece que quem tem grana lá é mais responsável e menos pão-duro. Alguém já disse que o problema do Brasil é a elite, e eu totalmente concordo. Se eu for ficar aqui mesmo faço questão de trabalhar com pobre. E não é por caridade.

Outra coisa que eu adoro nos EUA é como eles valorizam a comédia, o humor. E lá tive o prazer de conhecer o Dave Chappelle (pela TV, claro), que tinha um programa maravilhoso no Comedy Central (tem um canal APENAS dedicado a isso, vejam só). Ele fez duas temporadas e desencanou, mesmo com um contrato milionário. Deu um perdido em todo mundo e se mandou pra África. O que só me fez admirá-lo ainda mais. Acho o máximo qdo as pessoas se recusam a trocar a própria paz de espírito por grana. Eu sei, eu sei, sou uma romântica incurável...

Em um de seus quadros Dave uma vez mostrou como seria um lugar que fosse igual a Internet. Era tipo um shopping, mas com uns caras enchendo o saco pra vc acabar com seus débitos, fazer apostas, aumentar certas partes do corpo, ver mulher pelada... O lugar era meio insuportável pra dizer a verdade. Mas esse não é o modo como eu me sinto por aqui (talvez porque eu tenha um ótimo filtro anti-spam). EU AMO A INTERNET!!!! Esse tem sido o meu lugar preferido ultimamente. Eu sei, bem loser, mas dane-se. Aqui posso encontrar amigos enquantos estou de pijama e creme na cara, posso trocar idéia com pessoas maravilhosas que eu provavelmente nunca encontraria por aí, posso falar o que eu bem entendo e posso entrar e sair na hora em que eu quiser. Melhor até do que os EUA, porque aqui eu não preciso de visto.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O duro não é trabalhar

O duro é ter que ficar enrolando. O duro é não ter liderança direito. falta sistema e organização.

Tô com vontade de sair voando daqui. Pelo menos dá pra ficar ligada no meu computador, o que ajuda mto.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Subir ou nao subir no salto, eis a questao

Uma das coisas que eu mais queria na vida é já ter nascido com uma vocação. Sabe aquelas pessoas que já sabem que vão ser médico, advogado, professor, essas coisas? Infelizmente não foi o meu caso, e até hoje eu me questiono sobre o que realmente quero fazer. Eu só sei que tem que ser um emprego onde eu não precise me arrumar mto. Ou onde eu possa me arrumar do meu jeito. Me dá dó ver essa gente uniformizada pra trabalhar, com terninho e salto. Principalmente pelo salto.

Adoro um sapato mais alto pra caminhar fazendo toc-toc e assim declarar que naquele dia tem festa. Mesmo assim meu salto é mínimo, do tipo Sabrina (eu acho que é assim que chamam aqui). Porque mais alto é um problema. Eu já não pratico no dia-a-dia, ainda vou realizar tão complicada tarefa qdo eu estiver, digamos, um pouco alterada?

Mas é incrível o tamanho dos saltos que as meninas usam assim, no calor do meio-dia. Outro dia eu tava pensando: qto maior o salto mais a vontade de se torturar para agradar o alheio. Eu sei, é uma bobeira simplista, mas pensa bem...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Update

Gente, esse post não tem nenhum propósito de entretenimento, é só pra dar uma atualizada mesmo. E o pior é que agora tô com pressa, pra variar, então vai ser um post meio chato porém informativo.

Recaptulando:

Cheguei dos States depois de dois anos por lá, trabalhando com au pair. Morava perto de Chicago, primeiro em Winnetka, depois em Glencoe, e morei com essas famílias, o que foi difícil. Mas tb foi mto bom. Mas foi difícil... Lá comecei a namorar com o Paul, que eu conheci através do secretário (ou melhor, assessor) da minha primeira patroa. Esse cara estudou com o Paul no colegial e até hoje são mto amigos. Os dois são músicos. O Paul é pianista. Nós (eu e o Paul) estamos juntos há quase dois anos. Comecei a namorar com ele depois de seis meses por lá. Foi em dezembro e no dia em que eu o conheci estava um frio de rachar. É mto mto necessário ter um namorado qdo está frio daquele jeito. Senão a gente se mata.

No começo do nosso namoro nos víamos em dias aleatórios durante a semana. Saíamos mto e sempre que possível eu ia até a cidade (Chicago) para encontrá-lo. Eu tinha meu próprio carro, o que facilitava o processo. O problema é que eu quase sempre trabalhava durante os finais de semana, então nunca chegava a passar mto tempo com ele. E tb trabalhava mto. E ele tb.

Daí na outra família com que fiquei, não tinha que trabalhar da sexta à noite até a segunda de manhã, mas em compensação não podia ir lá ver o Paul toda hora. Mas foi bom passar os finais de semana com ele, porque pude conhecê-lo melhor. Ele não toca tanto nesses dias, então passávamos mto tempo juntos.

Sexta à tarde era um momento fantástico. Eu fazia minhas malas e me mandava pra cidade. O sino do trem era uma coisa maravilhosa de ouvir. Mesmo durante a semana qdo eu estava trabalhando o sino tocava e eu tinha vontade de me jogar lá dentro. O Paul ia então (na sexta à tardinha) me pegar em seu carro que parecia um barco, mas um barco imundo, e a gente quase sempre ia fazer compras no meu supermercado preferido, o Whole Foods. Comprar essas coisas que homem nunca tem em casa. Como comidas que estejam dentro do prazo de validade.

Daí a gente ficava mto em casa vendo séries em DVD e filmes. Era mto confortável. Eu ás vezes tinha lição de casa pra fazer e ele ficava lá ensaiando e eu fazendo as minhas coisas. A gente tb saía mto com os amigos dele, e eu adorava os lugares em que ele me levava. Música e gente mto cabeça. Era ótimo qdo a Carol ia junto pq a gente ficava fofocando em português. Na primeira vez em que vi o Paul tocar a Carol estava lá comigo, lembra, Ca? E vi ele tocar mais várias vezes, ele toca jazz e tem várias bandas, algumas mto modernas mesmo. Aos domingos mtas vezes ele ia dar aulas de reforço (pro colegial e pro bolso dele) e eu ia pra State St fazer compras na Gap, Old Navy, H&M, Urban Outfitters e Forever 21. Minhas lojas favoritas EVER. E daí então ele ia me levar à noite até em casa e eu ficava tão mas tão deprê de ter que deixá-lo... a ele e a Chicago e a tudo praticamente que eu gostava na minha vida. Apesar de que eu tb gostava mto dos meninos, dos gatos e das minhas aulas. Eu fiz cursos de desenho, fotografia e educação artística para crianças.

Daí meu visto venceu, tive que vir embora, e estou aqui há uns dois meses e meio. Nesse tempo não fiz nada mto além de desfazer as minhas malas e arrumar um pouco o apto do meu pai. E ficar tentando me conectar nessa porra de Internet. O Paul veio me visitar por uma semana e foi-se embora na terça passada. Estou morta de saudades dele e no momento não sei o que fazer. Se should I stay or should I go, como já questionava o Clash.

Depois de amanhã, na quarta, vou começar a fazer não-sei-o-quê na Casa de Moda, que é um showroom para lojistas e compradores que dura duas semanas. Quem me indicou é o Felipe, que estuda com a Carol e é o meu mais novo amigo. Aliás, a Carol eu conheci nos EUA, ela era au pair tb e agora voltou, dá aulas de inglês e faz faculdade de moda.

Estou um pouco apreensiva pq não conheço ninguém e nem sei ao certo qual é a minha função. Nem se vou conseguir fazer direito. E tb porque vou ter que trabalhar mto, das 8 da manhã até às 10 da noite. Então já saibam que eu vou dar uma sumida (de novo, infelizmente).

FUI!!!